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Arte: Priscila Roque e sua monografia #5

Esse post faz parte da monografia “Os Cães de Elliott Erwitt“, produzida por Priscila Roque, como estudo de conclusão de curso da Pós-Graduação em Jornalismo Cultural da FAAP (2010).

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Elliott Erwitt

A relação de Elliott Erwitt com os cães já é de longa data. No artigo "The dog’s life of a photographer" (1988), ele conta que sua primeira foto publicada de cachorro foi tirada em 1946, quando tinha apenas 18 anos e acabara de sair do exército norte-americano, após a Segunda Guerra. Apesar de não se lembrar ao certo que situação o levou a fotografá-lo, afirmou acha a foto divertida. Na mesma época, recebeu uma encomenda do norte-americano New York Times Sunday Magazine para produzir uma seqüência de fotos de moda sobre calçados de mulher. Ele decidiu, então, fotografar o ponto de vista dos cães. Em uma delas, por exemplo, aparece um da raça Chihuahua. Elliott fez uma brincadeira comparando o tamanho do calçado ao do cão, já que esta raça é conhecida como a menor do mundo. E ele justifica: "Cães vêem mais sapatos do que qualquer pessoa." Contudo, a maioria de suas fotos com esses animais não foram originadas a partir de uma pauta, faz parte de um hobby.

Elliot
Fotos: Paris, France. (1989), New York, USA (1989) e New York, USA (1974) (Fonte: Dog Dogs)

Em entrevista ao escritor Sean Callahan, Elliott relata que uma de suas ex-esposas dizia que ele se via nos cães, que se identificava com o animal, visto que grande parte de suas fotografias relacionadas ao assunto parece contar uma história, humanizando o bicho. Ele sempre teve cães como animais de estimação e, pela convivência, se interessou pelo jeito engraçado e travesso deles quando estão em liberdade e também nas ruas. No artigo "My dog days" (1998) , ele explica: "Minha atração pelos cães é agitada puramente pela emoção." Desde seu primeiro cão, adotado das ruas e que o acompanhou nos anos 40, até seu atual, Sammy , que tem 15 anos, Elliott já tentou desvendar e explicar o que tanto o cativa nesse tema. No mesmo texto, conta: "Cães não precisam dizer ‘Olhe para mim!’, como as crianças fazem." Para ele, esses animais precisam viver diariamente em dois mundos diferentes de uma única vez: o dos próprios cães e o dos humanos. Por conta disso, eles estão sempre alerta e são admiráveis.

Para fotografar cães, uma das técnicas de Elliott é usar a perspectiva do ponto de vista do cão, não o de seu proprietário. Por conta disso, se torna incontável o número de fotos em que cães aparecem inteiros, enquanto seus donos exibem somente as pernas.

Os Cães de Elliott Erwitt“, por Priscila Roque.
Estudo de conclusão de curso da Pós-Graduação em Jornalismo Cultural da FAAP (2010).
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